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O Brasil está no caminho de uma crise da dívida e o governo parece gostar

O último leilão da dívida do Tesouro Nacional indica que as taxas que o mercado está pedindo estão nas nuvens e piorando. O Tesouro está com dificuldades de conseguir comprador, pois só vendeu 63,5% dos títulos ofertados. O governo não parece preocupado. Aqui está um problemão!

Na medida em que os déficits fiscais aumentam e transparecem insegurança nos controles, os credores são levados a procedimentos de cautela, onde o primeiro movimento é a exigência de prêmios maiores e, na sequência,  resistência a novas aquisições. Os grandes players deste mercado são, em sua maioria, investidores institucionais locais ou estrangeiros: fundos de investimentos, instituições de previdência, instituições financeiras e grandes gestores. Todos operam sob rígida governança e regras de compliance.

Tais procedimentos seguem rigorosos algoritmos de avaliação de riscos e oportunidades, cada vez mais integrados e complexos, inclusive independentes da ação humana direta, no que virou moda chamar de Inteligência Artificial. Esses algoritmos de decisão estão cada vez mais integrados em todos os mercados e ambientes de negócios e atentos a todas as circunstâncias conjunturais e políticas.

O governo não ajuda. O que se vê é indecisão sobre o ajuste fiscal, idas e vindas de declarações estapafúrdias e desconexas das autoridades econômicas do País, a começar pelo presidente da República. Falta articulação com o Legislativo, que é o órgão efetivo do processo decisório orçamentário e executivo; num completo descompasso. Para piorar, temos a intervenção do STF, que não tem nenhuma função no processo. Todo esse ambiente gera nos mercados, no mínimo, perplexidade; e, como consequência, os piores indicativos em decisão de compra. Em síntese: “Pulam fora”.

Não é também ignorado um fator especial de atenção: todo este tensionamento político entre as posições autoritárias do STF e seu relacionamento com a classe política, interferindo no processo, com a consequente insegurança jurídica do ambiente nacional que adere diretamente no custo das operações. Nem entro aqui no aspecto macro do efetivo desequilíbrio fiscal, o que é evidente, até porque sua mensuração na atual conjuntura, seria um jogo de adivinhações. Mas o governo está completamente perdido e sem ação.

A Política Monetária do Banco Central, nestas circunstâncias, passa a perder tração e se encaminha para a dominância fiscal como única alternativa. Neste caminho, chega-se a passos largos a uma crise da dívida, com um final imprevisível. Não é já? Não. A situação ainda é completamente superável, basta fazer a coisa certa. Mas a sensação é a de que o governo quer a crise. Aí complica.

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Thallisson Silva

Thallisson Silva

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