O presidente francês, Emmanuel Macron, declarou que o atual formato do acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul é “inaceitável”. A afirmação foi feita durante uma conversa com Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, que participa da cúpula do Mercosul no Uruguai, onde o tratado pode ser finalizado.
Macron ressaltou a importância de proteger a soberania agrícola da França. Por outro lado, von der Leyen demonstrou confiança ao dizer que o acordo está “ao alcance” e poderia criar um mercado com 700 milhões de consumidores.
O pacto busca estabelecer a maior zona de livre comércio do planeta, reduzindo tarifas entre os 27 países da União Europeia e os membros do Mercosul (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai). No entanto, a oposição francesa, motivada por sindicatos agrícolas e preocupações relacionadas às normas ambientais e sanitárias, tem dificultado a conclusão do acordo.
A crítica de Macron converge com a posição de Alexandre Bompard, CEO do Carrefour, que recentemente questionou a qualidade da carne sul-americana, alegando que não atende aos padrões franceses. Em reação, frigoríficos brasileiros ameaçaram interromper o fornecimento para as lojas da rede no Brasil. Posteriormente, Bompard pediu desculpas.
Apesar das controvérsias, a produção de carne no Brasil continua em crescimento. De acordo com o IBGE, a produção de carne bovina aumentou 14,7%, enquanto a de frango subiu 4,8% e a de suínos registrou alta de 2,1%.