De acordo com o Estadão, empreiteiras estão preparando uma proposta para apresentar ao governo, visando incentivar beneficiários de programas sociais, como o Bolsa Família, a atuarem nos canteiros de obras. Segundo os empresários, os programas sociais estão funcionando como “concorrentes”, já que muitos dos que recebem os auxílios acabam não entrando no mercado de trabalho formal.

O plano em discussão inclui desde campanhas para divulgar as vantagens de trabalhar na construção civil até a possibilidade de flexibilizar as regras para que os beneficiários possam trabalhar sem perder o auxílio.

A visão expressa na reportagem critica a ideia de oferecer exceções para os beneficiários, como a regra de proteção que permite continuar recebendo parte do auxílio por até 24 meses após ingressar em um emprego com carteira assinada. A matéria argumenta que, em vez de flexibilizações, o correto seria restringir o Bolsa Família para incentivar o trabalho formal.

Embora o país esteja registrando baixos índices de desemprego, há uma preocupação com a sustentabilidade dessa situação, especialmente considerando os elevados gastos públicos e o aumento da estrutura estatal. A estimativa é de que o programa Bolsa Família atualmente alcance cerca de 54 milhões de pessoas, mas a fiscalização insuficiente abre espaço para fraudes e para que adultos aptos a trabalhar permaneçam fora da força de trabalho.

Como alternativa, é sugerida a abordagem adotada por Diogo Siqueira, prefeito de Bento Gonçalves, que realiza visitas domiciliares para verificar a real condição dos beneficiários. Quando possível, são oferecidas vagas de emprego disponibilizadas pelas empresas locais. O entendimento é que o auxílio deve ser destinado apenas para aqueles em situação de extrema pobreza e sem condições de trabalhar; para os demais, o benefício deve ser suspenso.