De Casa do Povo para Casa da Mãe Joana, ninguém mais respeita o Congresso Nacional. Até o indefectível Marcio Pochmann resolveu driblar o Legislativo para criar, às escondidas, uma fundação pública de direito privado chamada IBGE+, como o objetivo de atrair investidores sem ter de prestar contas. Ninguém soube da manobra, nem mesmo os servidores do IBGE, que agora se manifestam em carta aberta pedindo a demissão de Pochmann. Para eles, o inventor de mapas nem será mais tratado como presidente.
Das diversas queixas sobre sua gestão — algumas beiram o assédio moral –, a que mais me surpreendeu foi essa história do IBGE+, algo inédito e que só poderia ser criado por lei específica. Segundo esses servidores, a recomendação da cúpula do órgão foi para que não houvesse consulta à Legislativo ou “essa fundação não sairia nunca”.
No rol de justificativas sobre a criação do IBGE+, está a de poder captar recursos no mercado usando a marca IBGE, além de contratar aposentados do instituto e ainda bancar viagens e cursos no exterior para os servidores ativos. O diretor-executivo do IBGE+, segundo estatuto registrado em cartório, será o próprio Pochmann. Ele também terá a maioria no conselho diretor.
Abaixo, a cartinha aberta: