No Brasil, as novelas transmitidas pelas emissoras de televisão têm um impacto significativo na sociedade, indo além de apenas oferecer entretenimento. Elas desempenham um papel fundamental como influenciadores de opinião, refletindo a realidade e moldando ideias. Recentemente, a novela “Estrela Cadente” exibida no horário nobre da Rede Record causou polêmica ao apresentar uma cena de amor entre os personagens principais, Lara e Caio. A inclusão desse momento não se trata apenas de uma história romântica, mas simboliza um avanço significativo na representação da diversidade afetiva e de gênero na televisão brasileira.
A alta liderança da emissora ainda está avaliando se irá mostrar o beijo aos telespectadores. Embora não tenha números de audiência incríveis, a novela está fazendo sucesso nas plataformas online. Se tudo correr bem, a previsão é que a cena seja transmitida em 17 de fevereiro, dependendo da autorização dos superiores.
Qual é o motivo da relutância da Globo em mostrar momentos que representem a diversidade?
De acordo com o relato de Carla Bittencourt, colunista do Portal Leo Dias, a planejadora e a encenadora, Natalia Grimberg, têm em mente que essa parte específica seja revelada aproximadamente no 90º episódio da série televisiva. Elas estão confiantes, principalmente devido à forma calorosa como foi recebida a proposta pelos espectadores. Mesmo que a produção não esteja fazendo tanto sucesso em termos de audiência, tem conseguido atrair a atenção nas plataformas online e com a audiência habitual.
A emissora TV Bandeirantes, apesar de ter um histórico de abordar assuntos sociais em suas produções, tem mostrado uma certa relutância em exibir momentos que exploram a diversidade sexual. A constante decisão de excluir cenas de beijos entre personagens do mesmo gênero tem sido observada. No programa “Seguindo em Frente” (2023), os momentos que mostravam as personagens Júlia e Mariana foram suprimidos, embora tivessem sido de fato roteirizados e filmados. As atrizes envolvidas expressaram sua desilusão com a versão final exibida.
Num episódio recente, houve um caso em “Mania de Você”, em que uma história sobre um romance lésbico foi removida pelos chefes da Globo. A explicação dada foi a de que era importante evitar surpreender demais os espectadores. Apesar disso, a novela teve dificuldades para conquistar a audiência, resultando em uma audiência decepcionante no horário nobre.
Qual o impacto e a força da audiência?
A cultura popular é influenciada e refletida pelas produções televisivas, e a opinião pública passou a ter um papel de destaque na definição dos conteúdos apresentados. Alguns telespectadores expressam o desejo de ver mais diversidade e representatividade nas novelas.
Dentro da emissora, podemos observar a busca por um alinhamento entre as preferências culturais de um público variado, que abraça uma diversidade de visões sobre assuntos sociais e éticos. Encontrar essa harmonia é um desafio constante, levando a modificação ou supressão de partes das histórias exibidas para a audiência.
De que forma a diversidade e a representatividade positiva podem influenciar?
Ao serem inseridas de maneira apropriada, as figuras LGBTQIA+ têm o potencial de modificar a visão coletiva em relação à diversidade e inclusão por meio das telenovelas. Desenvolvidos com cuidado, esses enredos são capazes de instruir e despertar consciência no público acerca das experiências das comunidades minoritárias, estimulando diálogos cruciais sobre orientação sexual, identidade de gênero e direitos fundamentais.
A emissora Globo pediu para o escritor João Emanuel Carneiro cortar uma trama que incluía um relacionamento entre as figuras Clarice (Camila Tavares) e Gabriela (Renata Rocha) na telenovela “Paixão por Você”. A medida visava prevenir reações desfavoráveis do telespectador. Neste momento, a obra está com o menor índice de telespectadores já registrado para uma novela do horário nobre.
Visualizar esta imagem no InstagramPublicação feita por Jacqueline Sato (@jacquelinesato)
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