O Exército monitorou a prisão do ex-ministro Braga Netto, ocorrida neste sábado, 14, pela Polícia Federal (PF). É um procedimento padrão que a PF informe à instituição militar sobre operações que envolvam seus membros. Por essa razão, militares acompanharam o cumprimento do mandado em Copacabana, no Rio de Janeiro. Desde a autorização concedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o Exército tem acompanhado os procedimentos e colaborado com as investigações em andamento.
Detalhes da prisão de Braga Netto
Na manhã de hoje, a Polícia Federal prendeu Braga Netto devido a sua suposta participação em um plano de tentativa de golpe de Estado. O ex-ministro é investigado no inquérito que apura uma possível ruptura institucional. Além da prisão, a PF realizou buscas na residência de Braga Netto no Rio de Janeiro e na casa do coronel Flávio Botelho Peregrino, ex-assessor de Braga Netto, em Brasília.
Razões para a operação
Entre os motivos que levaram à prisão está a suspeita de entrega de dinheiro para financiar um plano de impedir a posse do presidente Lula. A quantia, que não foi divulgada, teria sido destinada a um grupo conhecido como “kids pretos” e faria parte de uma tentativa de ruptura institucional.
De acordo com um trecho da decisão do ministro Alexandre de Moraes, “o general entregou diretamente ao então major Rafael de Oliveira uma sacola de vinho contendo dinheiro para custear despesas necessárias para a execução do plano.”
O que motivou a prisão repentina de Braga Netto?
As razões para a prisão de Braga Netto parecem estar relacionadas a um contexto político em rápida transformação, tanto no Brasil quanto internacionalmente. As autoridades brasileiras estão agindo com urgência, já que, se o plano de uma “democracia relativa” não for consolidado até o final de dezembro, a conjuntura política global poderá limitar suas ações.
Desde 2022, não é segredo que o governo americano sob Joe Biden interferiu diretamente na política brasileira, apoiando e legitimando movimentos que reforçam o atual projeto de poder. No entanto, com a recente eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos, a partir de janeiro, o panorama tende a mudar drasticamente. Espera-se que o novo governo americano isole o sistema político vigente no Brasil, imponha sanções e retire o apoio internacional às autoridades atuais.
O receio das autoridades brasileiras é que, com essa mudança de liderança nos EUA, a máquina política americana deixe de interferir favoravelmente e, possivelmente, busque aplicar medidas de justiça internacional. Em face disso, o sistema político brasileiro está acelerando ações para restringir liberdades e consolidar o controle, visando alcançar um objetivo específico: a prisão de Jair Bolsonaro antes que o novo governo dos EUA assuma o poder.
A grande dúvida que permanece é se essas ações serão bem-sucedidas e, ainda, se elas serão suficientes para evitar as possíveis consequências advindas de uma mudança na postura do governo americano.
Reações de parlamentares
Vários parlamentares expressaram discordância com a decisão de Alexandre de Moraes. A seguir, alguns exemplos dessas manifestações:
Deputado Gustavo Gayer:
O golpe foi bem sucedido
— Gustavo Gayer (@GayerGus) December 14, 2024
A prisão de um general de 4 estrelas fundamentado em fofocas enquanto estupradores, ladrões, corruptos e chefes do crime organizado são liberados é prova irrefutável de que o golpe deu certo.
O Brasil é um ditadura
Senador General Hamilton Mourão:
O General Braga Netto não representa nenhum risco para a ordem pública e a sua prisão nada mais é do que uma nova página no atropelo das normas legais a que o Brasil está submetido.
— General Hamilton Mourão (@GeneralMourao) December 14, 2024