O Partido Novo apresentou nesta quinta-feira (5) uma denúncia à Procuradoria da República no Distrito Federal contra o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues. A acusação se refere a improbidade administrativa devido à exclusão do jornal Folha de S.Paulo de uma entrevista coletiva realizada em Brasília na última quarta-feira (4).
De acordo com o Novo, a coletiva abordava temas de interesse público e contou com a participação de outros grandes veículos de comunicação. A exclusão da Folha, sem qualquer explicação oficial, foi questionada pelo jornal à Polícia Federal, mas não houve esclarecimento. Quando confrontado, Rodrigues respondeu apenas: “Vocês mandaram e-mail lá, né? Não vou comentar.”
Na denúncia, o partido argumenta que a exclusão viola o princípio constitucional da impessoalidade e pode configurar crime de prevaricação e ato de improbidade administrativa. Além disso, sugere que o veto pode ser uma retaliação às matérias recentes da Folha sobre investigações da PF relacionadas a planos golpistas atribuídos ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
A advogada do Novo, Carolina Sponza, declarou que “a exclusão de um dos principais veículos de imprensa do país em um evento público é uma grave afronta à imparcialidade e à liberdade de imprensa”. O partido pediu uma investigação formal sobre a conduta de Rodrigues e uma análise interna dos critérios usados para convidar os participantes da coletiva.
A Polícia Federal não se manifestou oficialmente sobre o ocorrido. O Ministério da Justiça, ao qual a PF está vinculada, afirmou que a responsabilidade de comentar o caso é da própria corporação. Exclusões desse tipo em eventos públicos são consideradas raras em Brasília.