Neste domingo, Cuba enfrenta o pior blecaute do ano, com 53% do território afetado. Uma grave crise de energia surgiu devido a problemas na usina termelétrica Antonio Guiteras, conforme informado pela União Elétrica de Cuba. A unidade parou de funcionar de forma repentina, agravando a falta de eletricidade durante o pico de consumo. Atualmente, as três principais usinas do país estão inoperantes por conta de reparos e defeitos técnicos.

O aumento da falta de combustível está piorando a situação, restringindo a habilidade de produzir energia elétrica. Os lugares mais golpeados estão passando por cortes de eletricidade drásticos, com alguns enfrentando apenas quatro horas de energia diariamente. Essa situação coloca à prova a administração da energia em Cuba e intensifica os impactos sociais e econômicos em um país já sobrecarregado por problemas de escassez de recursos e inflação descontrolada.

Qual foi a origem da crise de energia em Cuba?

A energia em Cuba é gerada por oito usinas termelétricas antigas, juntamente com geradores adicionais. A maioria dessas instalações está em condições ruins, precisando de melhorias na manutenção e investimentos para modernização. Além disso, a necessidade de importação de combustível dificulta a estabilidade do fornecimento, devido a restrições financeiras relacionadas ao governo vigente.

Sem verba suficiente para atualizar a infraestrutura, a situação piora. Cálculos apontam que Cuba necessitaria de cerca de 10 bilhões de dólares para renovar sua rede elétrica, montante que não está ao alcance do país atualmente. A ausência de investimentos em tecnologia e renovação tem grande impacto na vulnerabilidade do fornecimento de energia.

Quais impactos são gerados pela falta de energia elétrica?

Os impactos da crise energética na economia de Cuba são bastante evidentes. A irregularidade no fornecimento de energético prejudica a fabricação nas fábricas, o estoque de alimentos e remédios, além da prestação dos serviços fundamentais. Esses fatores contribuem para agravar a falta dos produtos imprescindíveis, o que resulta em uma elevação generalizada dos valores.

Para além das questões econômicas, a situação social é abalada. Os frequentes cortes de eletricidade têm levado muitos indivíduos a saírem do país em busca de uma vida mais digna. No ano de 2023, aproximadamente 300 mil cubanos decidiram emigrar, um dado que evidencia a aflição diante das condições precárias em seu país.

Como você enxerga a perspectiva de energia em Cuba nos próximos anos?

Para garantir um fornecimento de energia estável no futuro, é essencial que Cuba invista consideravelmente em sua infraestrutura energética e reformule de maneira estratégica suas políticas nesse setor. A modernização das usinas existentes e a busca por fontes de energia alternativas se tornam prementes. Mesmo sendo um investimento inicialmente custoso, a adoção de energia renovável surge como uma solução sustentável e viável para mitigar os desafios energéticos enfrentados pela ilha.

Durante esse período, a colaboração entre países e a locação de centrais elétricas móveis continuam sendo medidas provisórias eficazes. Essas alianças desempenham um papel fundamental na redução da crise presente, porém não dispensam a importância de uma abordagem sustentável que coloque em primeiro plano a resistência energética e o desenvolvimento tecnológico.

Em Cuba, a questão da escassez de energia está incentivando uma reformulação completa da estratégia de abastecimento elétrico do país. Apesar da gravidade da situação presente, há margem para introduzir ideias criativas e sustentáveis visando o futuro. A cooperação global e a revisão das diretrizes locais são medidas cruciais para fortalecer e tornar mais confiável o sistema de fornecimento de energia.